segunda-feira, agosto 27, 2007

Há muito tempo não escrevo um mini conto e noite passada um me veio a mente e eu corri pra escrever. No final ele me pareceu muito trágico e exagerado.... mas de certa maneira eu gostei.
A frase "A dor faz parte da vida, o sofrimento é opção de cada um" explica bem o que eu quero dizer ... e mesmo a mais doce das relações românticas pode ser sofrimento disfarçado quando você renega tudo em nome de outra pessoa....


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Partida.


Aquele seria o momento de investir fundo, começar de novo, juntar os cacos do passado remendando tudo com fios tecidos com que ainda não aconteceu. As mãos que antigamente agarraram o vazio quando tentaram sentir o proibido dessa vez acertaram em cheio o alvo do pecado. Mas no fundo pairava a dúvida disfarçada de devaneio romântico. Ou seria o devaneio romântico disfarçado de dúvida?
No fim tudo seria o mesmo. No fim o vazio era igual.
Certas coisas não foram feitas para o eterno, certos dons não são concedidos a meros mortais.
Juntando as peças de roupa ela se deu ao luxo de parar um segundo e olhar as fotos na parede.
Sorrisos falsos ou só alegria efémera?
Sentou-se lentamente na cama. Um sorriso fraco se formou e os olhos só não verteram lágrimas por que ela se refreou.
Mas era duro se pegar sendo tão inocente quando inocência não cabe mais no script.
Embolou mais umas blusas e jogou na mala.
Ele entenderia o por que da mala?
No fundo ela sabia que sim, mas preferia fingir que não e pensar em uma desculpa.
Tudo estava pronto quando a porta se abriu. O mestre das ilusões deu seu ar casual a cena quando percebeu a partida.
- Onde vai ma chéri?
- Embora. - Encarou-o e o viu sorrir
- E por que haveria de ir embora agora? O que você tem?
- Orgulho. - Sorriu. Com a convivência aprendera com ele - E amor próprio.
Ele gargalhou:
- Eu também o tenho e nem por isso estou te deixando.
- E é aí que está. Eu não sou como você. Somos opostos e eu não quero mais brincar de pique esconde.
Silêncio.
- Não precisa fingir que se importa. - sorriu - O que realmente importa é que eu aprendi a lição.
- E posso saber qual é?
- Pensar um pouco em mim antes de pensar em você. É difícil, mas eu consigo.
- Quer que eu diga "sinto muito" ou "não vá embora" ou algo do tipo?
- Se você dissesse isso não seria mais você. E se não fosse você eu não estaria indo embora.
- É... você cumpriu o que me prometeu: sinceridade sempre e mentiras divertidas...
Sorriram. Beijaram-se. Último beijo com gosto de pecado.
Quando estava do outro lado da porta ela chorou.
Tinha orgulho sim, mas lágrimas vencem até mesmo esse orgulho quando se tem seus sonhos quebrados mais uma vez... mesmo que seja por amor próprio.

Um comentário:

Victor Zanini disse...

eu queria saber escrever q nem vo *-*

você cumpriu o que me prometeu: sinceridade sempre e mentiras divertidas...


uau... mto bom...

ei att meu blog. entra la xD
aueahuhauuaeae..

mais seiro
gostei (Y)

Beijoooooo