Café?
Sentei na calçada da vida, nas mãos um panfleto divulgando um passado recente e então percebi que estava me lembrando de você.
Doce cafajeste com seu jeito proibido, menino bobo que me fez mais boba ainda.
Eu não pedi por você, mas seu olhar me fisgou, simples e desafiador, brilhando com mais eficiência do que a luz de velas espalhadas pelas mesas da cafeteria.
E eu, ah, sempre tão ingênua, caí perfeitamente no papel de menina conquistada pelo cafajeste de botequim... (ou seria de cafeteria?)
Eu te quis, te tive, te perdi e te xinguei.
Fui à guerra, perdi a luta, maldisse o inimigo e amaldiçoei você.
E agora, vejam só, ainda sinto falta.
Daquele sorriso malcriado, do jeito canastrão e das conversas bestas regadas a café.
O cheiro dessa bebida sempre vai me lembrar o amargo que você deixou na minha boca.
Por que pela dor ou pela alegria, sempre deixamos algum rastro nas vidas alheias.
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