segunda-feira, novembro 10, 2008



Rainha de Lugar-Nenhum.

Só sentada lá, sem saber onde está. Seu olhar vago simplesmente reflete o lugar a sua volta: a ausência de tudo, a brisa fria que sopra ao redor das coisas mortas, dando a sensação de que, nem se um tufão se manifestasse ali, algo saíria do lugar.
Onde foi parar o reino que eu deixei aqui? Existir, ele existia. Ou um dia tinha existido...
Sentia ondas longínquas de realidade, ondulando tão longe, mandando recados de que o passado, querida, simplesmente já não existe mais.
As mãos vazias são sinais do tempo.
Os olhos vazios não dizem nada.
Os dias dourados se foram e os cinzentos só começaram, como raízes crescendo em sua alma. E se tinha algo que tinha aprendido em seu tempo de reinado é que alma não pode ter raiz. Alma tem movimento, tem brilho, tem luz.
Quando cria raiz, ela pesa como chumbo. E mal você percebe e está afundando em direção ao nada.
Seria assim que ela tinha chegado ali?
Ela teria naufragado do seu mundo, em direção aquela pálida e grotesca cópia?
Para ser sempre só a Rainha de Lugar-Nenhum. Sentada lá, esperando.
Só sendo aquela que sempre espera e no final... nunca acha.

Um comentário:

Anônimo disse...

Estar só sempre produz em nós um sentimendo desconhecido e noção de não sei o quê.

" Sobre estar só, eu sei, nos mares por onde andei.