quinta-feira, março 05, 2009

Fall in love

Daquela vez, era certeza. Julienne desceu do carro decidida a mudar todo aquele quadro ridículo, vivido por meses e meses a fio. Ela não tinha mais 16 anos para continuar com aquela meninice!
Abriu a porta e saiu, parando um segundo para ajeitar a roupa, fechando a porta logo em seguida com um estrondo maior do que queria.
Mal sinal.
Respirou fundo pra espantar as besteiras que tinha em mente. Qual o problema? A porta tinha batido com um pouco mais de força. Isso não queria dizer que ela estava absolutamente nervosa - quase histérica - morrendo de vontade de sair dali correndo e deixar tudo como estava.
Imagina.
Qual o problema em fazer aquilo? Qual o sentido em continuar como estava? Simples assim, entraria, abriria a porta, encontraria-se com ele e por fim abriria o jogo. Ela não era qualquer uma que ele tinha sempre que bem entendia. Ela não iria servir de diversão para noites frias.
Bastava.
Deu passos certeiros em direção a porta, absoluta de que deveria proceder assim, de que o certo seria expor, dizer, explicar. Ela não queria ser só corpo. Queria muito mais doar-lhe a alma.
Era muito?
Abriu e entrou, por um milésimo de segundo completamente segura de si. Até ouvir a risada. Aquela risada. Até ver os olhos. Pelos olhos dele o mundo lhe sorria.
Maldição!
Nunca estaria a salvo perto de olhos assim. Sem jeito, perdeu a convicção. Perdeu, aliás, a idéia de por que tinha se deslocado até ali e a única resposta que achou era que tinha ido pra comtemplá-lo.
Aquela fascinação era absurdamente perigosa e possivelmente seria sua perdição.
Quando a percebeu ele sorriu, surpreso e a convidou para terminar de entrar e se sentar, coisa que ela fez, meio mecanicamente e então, absurdamente, uma frase aparentemente desconexa saltou-lhe a boca:
- Eu não quero me apaixonar de novo.
Através de seus olhos o mundo sorriu, malicioso:
- Más noticias, querida... Por que dizem por aí que para esse tipo de coisa não existe escolha.


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Texto desconexo e sem sentido, mas tão verdadeiro.

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