domingo, novembro 22, 2009

Conto da Tragédia Anunciada


Não meu bem, não se preocupe não. A vida é bem assim, cada um por si, sem pena, só penúria.
Não, não vou chorar não. Já passei dessa idade, amor, e sei que são lágrimas em vão.
Se acreditei em algum momento? Acreditei não.
Meu coração bateu forte, meu pensamento não pensou outra coisa, a boca ficou seca, mas no fundo... acreditei não. Foi o conto da tragédia anunciada, sabia? Eu soube.
Eu senti.
Não, você não estava ali. Era só corpo, só mãos e tato. Eu é que vi as coisas do outro lado, montei quimeras. Não, não perca a paciência não, não carece. Não faço repreendas, não critico. Só digo.
Você nunca esteve aqui.
E pra que mentir, meu bem? Pra que fazer sofrer? Pra que matar aos poucos, pra que? Pra que?
Não, não vou amar mais não. É nesse momento que eu penso que você matou o que me restava de coração...

2 comentários:

Anônimo disse...

É díficil comentar, ainda mais quando se tem palavras tão belas assim. A sauvidade e a angustia do que se tem do amor, os sentimentos ternos que não são compreendidos, uma poesia que poucos têm o prazer de ler.

Anônimo disse...

Eu quero ler mais coisas assim, feitas de coração, onde as palavras conseguem tocar o nosso espírito!